Última edição por Samael em Seg 6 maio - 20:37, editado 1 vez(es)
Humanos e seus deleites que precisam estar sempre sendo nutridos. Muitos homens e mulheres enchiam seus olhos com tamanho espetáculo. Várias luzes de diferentes tonalidades viajavam pela casa de shows. A casa noturna Hana wa kanki contêm as mulheres mais belas de toda Okinawa. Pessoas de todo Japão iam até lá, para divertirem-se assistindo aquelas lindas mulheres dançando, agraciando-os com seus corpos esculturais. Passava das três da madrugada. Sentado em frente ao balcão estava um homem com seus cabelos cor de sangue. Sem preocupações bebia um copo de vinho tinto, um dos melhores da região. Seu olhar permanecia fixo naquela bela nipônica de cabelos azuis, parecia ter lá seus dezoito anos de idade. Mal acabara de sair da puberdade. O rapaz parecia fascinado com a forma com que o lindo corpo feminino dançava. Seus olhos vidrados, não deixavam escapar nenhum movimento. Ela tinha cabelos médios, passavam um pouco abaixo dos ombros, pele alva como a neve que cobria o monte Fuji, não usava nenhuma peça de roupa que cobrisse os seios fartos, usava apenas uma calcinha branca e uma par de botas de couro, até abaixo dos joelhos. A música estava diminuindo, já estava por acabar e alguém se aproximou do palco da mulher. Não dava pra ver ao certo quem era mais fez a mulher se abaixar, se ajoelhando próxima a pessoa. Algumas palavras foram embarcadas em seus ouvidos. Ao terminar a silhueta segurou o pulso dela, fazendo-a descer do palco. Os dois caminharam diante de algumas pessoas, iam para uma área privada, antes de entrar na porta de folha dupla, o acompanhante olhou diretamente para os olhos daquele espectador. Aqueles olhos não eram normais, eram de um rubro perturbador. Aquilo soou como uma provocação. O misterioso ruivo se levantou empurrando as pessoas que estavam diante do seu caminho. Ouviu um grito agoniante vindo daquela sala. Não pode perder tempo, desembestou em meio às pessoas, transpassando as portas com seu ombro.
Ao entrar seus olhos foram suprimidos pela luz vermelha, que de tão forte quase o deixou cego por alguns minutos. Levou a mão aos olhos, em pouco tempo se acostumou com aquela luz sendo jogada para todos os lados. Pelo corredor gritou por ela, estranhamente não conseguia sentir a presença daqueles dois. Mais uma vez ouviu o grito vindo da sala 36, saiu correndo e entrou. O chão estava tomado por uma espécie de névoa que tomava seus pés e se tornava multicolorida com as cores impelidas pela luz. Estranhamente um cheiro forte fazia arder olhos e narinas. Conhecia aquele cheiro, fazia mais de cinco anos que não o sentia. Olhou o quarto, havia um sofá bicama na parede cheia de quadros com pinturas de pessoas fazendo sexo. Havia uma mesinha ao lado da bicama, não era um quarto muito grande. Procurou pelos dois, mais não viu nenhum. Porem aquele cheiro foi se tornando mais forte na medida em que ele se abaixava, havia uma pequena poça de sangue abaixo do sofá. Passou o dedo sobre o liquido viscoso e o levou até a língua, suas pupilas se afinaram, algo não estava no lugar. Ao se levantar com pressa foi empurrado para trás, batendo as costas no sofá, seus olhos foram selados automaticamente. Ao abri-los sentiu alguém sentando em cima do seu colo. A bela nipônica sentada no seu colo , levava as mãos aos pulsos do homem, lhe prendendo com um finas correntes de prata, as correntes abraçaram seus pulsos e sem ter como explicar aquilo. Estava com os braços esticados pra cima, acorrentados em finas correntes de prata. Fartas coxas envolviam as pernas do rapaz do meio. Por mais que tentasse se mexer, era em vão, as correntes impossibilitavam-no de tal. Os olhos dela se encontraram com os dele, uma névoa negra penetrou neles, estes sumiram, dando lugar a uma escuridão que atirava as mentes no esquecimento. Seus lábios foram mergulhados na jugular deste, seus dentes pontiagudos fenderam sua pele com facilidade, podia sentir seu sangue sendo puxado. A mulher separou-se dele deixando uma fina linha de sangue e saliva unindo seus corpos. Seus olhos eram mergulhados ainda mais nas trevas, sua pele começava a rachar como um solo improdutivo, seco. Várias veias escuras brotaram de sua pele. Entre as fendas em seu rosto escorria um sangue negro e viscoso. Assustado o rapaz não tinha nem palavras pra expressar oque estava sentindo, era temor, aflição, medo, fraqueza, um coletivo de sentimentos vindo a colidir-se.
-Chegou hora do despertar. Viemos liberta-lo dos mundanos, ele te espera. Nosso senhor aguarda pela sua devoção.
Dos lábios da mulher saia três vozes distorcidas, duas masculinas, graves e metálicas, a outra levemente afável, doce como o mel. Ela se elevou deixando os seios próximos à boca do homem. Levantou a destra, deixando o indicador acima dos outros dedos, sua unha emitiu um brilho rubro. Foi então que a desceu com velocidade, fendendo um profundo corte no meio da testa da vitima. Ela penetrou a unha na sua carne chegando a tocar o osso frontal. Os olhos dele foram levados para escuridão e sua boca foi aberta. Desmaiou de imediato. Ela aproxima a boca da dele, vomitando uma pequena porção de sangue negro na garganta do homem. Que começa a tremer, tendo uma convulsão. Enquanto a boca expelindo uma baba espumosa.
-Te vigilans sanguinis domini filii Cain. Nunc ...
Antes de acabar a ultima palavra rasgou a camisa do desmaiado, estourando seus botões. Seu peito ficou amostra e ela penetrou os dentes no meio do tórax, arrancando sua carne com facilidade, a bicama foi atingida pelo liquido rubro. O homem apagado não emitia nenhum grito, seu corpo permanecia tremendo. Mastigou sua carne até os ossos do seu tórax serem revelados, levantou a destra mais uma vez, em forma de concha, aplicou um golpe que rompeu os ossos, deixando o coração a mostra, o músculo cardíaco era diferente dos comuns, carregava uma cor purpura e ainda permanecia pulsando, por mais que seu corpo houvesse sofrido daquela forma. Ela ficou olhando com admiração, as mechas azuis da mulher se elevaram e uma magatama branca (pingente em forma de um pequeno gancho) , veio enrolada em meio aos fios azuis, chegando perto das mãos dela, ela retira o pingente dos cabelos e o penetra no músculo cardíaco. O pingente se dilui no sangue dele. Em simultâneo ela aproxima-se do ouvido dele e termina a frase.
...vigilaveris!!
As luzes piscaram, o chão começou a tremer, quadros caíram das paredes. A poça de sangue no chão começou a vibrar, gotas do liquido começaram a flutuar. Um fino fio composto de sangue passa por trás do pescoço da mulher, cortando seus cabelos e fendendo sua carne e ossos, separando a cabeça do pescoço. O outrora caído estoura as correntes de prata e puxa a cabeça do corpo, separando-a do pescoço. Seus olhos estavam diferentes de outrora, jaziam alvejados, abriu a boca e deixou o sangue da cabeça escorrer pelos seus lábios. O corpo dela tombou, seu sangue não parava de fluir. As gotas flutuaram sendo guiadas para ferida do homem. O ruivo joga a cabeça contra a parede, tamanha força que a explodiu. Avançou contra o corpo inerte no chão, rasgando a carne com as mãos desnudas, fazendo um corte profundo que separava seus seios. Arrancou o coração do peito, espremendo entre os dedos, até que a ultima gota fosse derramada em seus lábios. Um estigma de tridente brilha em seu ombro esquerdo.
- Paratus sum domine.
Vi sua linhagem nascer, sua gente se erguer da terra e se comportar com desrespeito, esquecendo tudo que seus antepassados fizeram pra você estar vivo. Se vangloriando por ser melhor que os outros, quando na verdade não passa ainda de um monte de terra animada. Como desprezo a existência desses seres, quando o ultimo de vocês caírem, permanecerei ainda aqui. Assistindo tudo de camarote, presenciando o final da minha diversão. Nesse gramado de folhas frescas virei atrás de vocês, mais uma vez presenciarei o fim de uma história.
Não muito longe da única árvore (3 metros) que compunha aquele ambiente, um montículo de terra era projetado da terra. O vento se tornava mais frio e perverso aos cabelos, as folhas da árvore eram arrancadas, indo em direção ao montículo de terra que tremia. Algo estava agindo ali em baixo. Uma explosão arranca uma mão cadavérica do solo, vindo mais cinco para fazer-lhe companhia, tão logo cinco esqueletos de metal negro despontam do chão. A textura destes era reluzente ao sabor do Sol. Duas luzes rubras cintilavam em seus olhos. Seguiam movimentando-se feito robôs, enquanto grãos de terra despencavam de suas juntas. E mais dez criaturas saíram de baixo da terra, mais esqueletos animados. Uma cobra negra sai pra fora de um dos crânios, descendo pela mandíbula, indo se enrolar na vertebra do pescoço. A criatura tinha os olhos mais cintilantes que aqueles monstros metálicos, o brilho expelido era de se hipnotizar, segmentos da sua escama eram vermelhos e brilhavam em harmonia com seus olhos. Levava a língua bifurcada para fora, sentindo o sabor do ar. O sabor de suas vitimas. A cobra abre a boca, uma fumaça abrasada sai dos seus dentes. A fumaça penetra nos “olhos” do crânio, indo de encontro com todos os demais. Em simultâneo seus esqueletos expeliam calor, o metal se tornara abraseado, alaranjado e agitado. Num coro ensurdecedor os esqueletos gritam, seus ossos são fundidos uns nos outros. Os metais se tornaram maleáveis ao ponto de fusão. Ao final se transformaram numa obra de arte. Um trono de ferro que faria qualquer um brilhar os olhos. Era composta, por segmentos idênticos as assas dos anjos, ou escamas de dragão negro. Atrás do trono havia duas estatuas femininas, segurando suas espadas para cima. Nos repousos de mãos, havia cabeças de dragão, com suas escamas segmentando as assas que compunham o encostamento. No alto do trono havia uma espécie de olho, que ficava piscando enquanto em sua pupila se movia, sendo um relógio de ponteiro..
Não havia acento até então, só um espaço vazio, com um liquido que oscilava em círculos, como tornados a girar. Várias protuberâncias se deslocam para fora do liquido encarnado, ganhando aparência de uma mão, uma fenda horizontal forma um meio circulo e uma fileira de dentes pontiagudos, faz emergir um macabro sorriso. Do liquido, nasce um corpo humanoide, tangido pelo liquido, suas feições não eram visíveis. Parecia vestir uma armadura. Atrás de si o liquido escorreu, tomando a forma de uma capa carmesim. Suas mãos continham garras afiadas. Amarrado em seu pulso um cordão de prata com um pingente do tamanho de um limão, era uma pedra cristalina em carmesim, continha uma pequena gota negra encrustada em seu interior. No lugar da cabeça do humanoide havia vários fios, que se assemelhavam a cabelos, uma fumaça escura cobria-lhe as feições, seus olhos abraseados eram evidentes.
-Pois é aqui estou para mais um jogo de interesses, oque será que meus adversários têm a me oferecer?
A cobra negra sai de trás da cabeça de dragão, se enrola no braço alheio. Por fim várias correntes saem do portal de sangue e se deslocam ao redor do trono. O rei olhava para eles com desprezo, a mão ia de encontro ao maxilar. Seu corpo era tomado por uma armadura escura, de metal idêntico ao do trono que jazia sentado. A única parte de seu corpo que ficava a mostra era os dois antebraços. As costas estavam forradas por uma capa negra com mais de um metro e sessenta de comprimento, o regente era alto, um metro e noventa. A cobra negra se desenrolou do seu punho e escorreu nos seus dedos, transmutando-se numa espada japonesa, cujo cabo parecia à calda de um escorpião. Era a Veneni domini, de lâmina bicolor, vermelha de um lado e negra do outro, era recurva e havia dentes serrilhados no lado preto. A Lâmina expelia uma fumaça negra. Carregava consigo uma adaga presa à cintura. A capa do regente aparentava vida, se movia , oscilando o pano rubro. As costas eram forradas pela pele de um animal negro. O rosto era velado por um elmo, deixando seus olhos carmesins a mostra. E por fim havia um colar pendurado em seu pescoço, contendo quatro anéis, cada qual com uma pedra de cor diferente. .
Jazia ele no âmbito de paz e tranqüilidade. A natureza tratou de conceber-lhe um lugar perfeito para sua meditação. Ali, sentado ao centro da imensa vastidão que o circundava, ponderava profundamente o firmamento negro. As íris azuladas mesclavam-se com o reluzir prateado da imagem esférica dentre as nuvens. Timidamente as outras esferas luminosas davam as caras, pontilhando o céu estrelado daquela noite. O interior escuro da floresta não lhe apresentava o cenário horripilante... Mas algo o impossibilitava tracejar um sorriso na face. Como poderia ele, estar presente num dos mais belos recintos já vistos na Terra e não apresentar-se de maneira alegre? A resposta é simples. Sob a copa de uma das árvores, reside o tumulo de um amigo. O moreno avistava a estaca de madeira fincada no chão, próxima ao tronco daquela árvore. As feições melancólicas indicavam grande decepção em si. O sentimento indescritível percorria-lhe todo, causando o eriçar de pelos. Os ventos nipônicos traziam consigo os entorpecentes necessários para fazê-lo adentrar... Adentrar no mundo das lembranças. A imaginação flui, a mente retrocedia na escuridão, entregando-lhe imagens de um passado infeliz.
- Quase morremos nessa, rapaz.
A voz fraca percorria o cenário obscuro. Mas o silêncio lhe fora a resposta. Nem mesmo o garoto que auxiliava a caminhada de seu amigo, atrevia-se a falar. Estava muito longe dali, seus pensamentos o levara para outra localidade, restando apenas o ato de caminhar e carregar o outro ferido. A situação era complicada, ambos os perambulantes tinham machucados. No meio da escuridão, seus olhos expandiam as pupilas para que pudesse enxergar melhor, mas não funcionava. O intenso negrume investia contra eles, incapacitando-os de ver um palmo a frente. Porém, o instinto do protagonista galgava-o pelos impasses, ajudando-lhe a transpassá-los sutilmente, sem muitos problemas... Na maioria das vezes:- Droga. - O que foi? - A lua está vermelha novamente...
Avistaram um ponto luminoso no céu. Era a lua escarlate, considerada um mau presságio naquele mundo. Certamente o moreno tratou de andar mais rápido, arrastando o corpo de seu amigo para um local seguro. Recostando-o no tronco, deixou-o repousando ali, enquanto suas mãos retiravam a folhagem da frente... Para que pudesse ver. Deparou-se com a incrível imagem de um lago negro, estava com a garganta seca e necessitava urgentemente de água. Sem pensar, o protagonista fora correndo até a beira e agachou. Esticou os braços e juntou as mãos, formando uma espécie de “concha”. Afundou as palmas na água e sorveu aquele líquido. Respirava fundo, sentindo cada gota descer-lhe a garganta, hidratando-se novamente. Claro, não poderia esquecer o amigo, reerguendo-se, virou e deparou-se com uma cena estranha. O loiro estava de pé entre os arbustos. Era um tanto esquisito, afinal, ele mal conseguia respirar:- Dhriel? Vejo que já está melhor meu amigo, venha. Achei água.
Pronunciou alto. As feições pareciam tranqüilas, mas seu corpo já estava preparado para qualquer tipo de ataque. O mundo em que estavam não era brincadeira, seus olhos viram a gravidade dos ferimentos... O mesmo não ficaria de pé tão rápido assim. A súbita réplica do jovem deu-lhe a possibilidade de mostrar a brutalidade com a qual lhe respondia. Não retirou palavra alguma da garganta, apenas lançou uma pequena esfera de luz. Keiichi habilmente esquivou para o lado e a circunferência atingia a água, explodindo num cintilar mesclado à luz da lua vermelha. Gotículas de água voaram contra si, entretanto não eram ofensivas. Pego de surpresa, subitamente a dor veio-lhe no impacto de duas mordidas. Dois seres surgiram ao lado do garoto, suas bocas eram enormes e os dentes afiadíssimos. Morderam o braço destro e a costela da mesma lateral, trazendo forte agonia ao moleque. Imobilizado, outros dois demônios seguraram o pescoço e o antebraço esquerdo, não dando chance alguma de mover-se. Diante da dor ele moldava um sorriso, sentia a essência do “amigo” aproximar-se cada vez mais. O revide era eminente, mesmo que isso acarretasse em diversos ferimentos, no fim, o protagonista não se importava. Concentrou pouca energia no corpo, o suficiente para efetuar um puxão com o braço direito, arrancando parte da pele e carne, como conseqüência deste ato repentino a costela também sofrera. No entanto, a capacidade de proteger-se fora aumentada drasticamente, uma vez que o loiro vinha carregando uma grande esfera de energia nas mãos. Corria ao encontro do seu alvo, elevando a palma e visando causar o encontro da circunferência com o corpo de Keiichi. O que ele não contava era, que a pouca energia concentrada se transformaria na essência que o impediria de levar o impacto todo. O braço direito totalmente negro conseguiu ser jogado para frente a tempo, seus dedos envolveram o pulso do loiro e a esfera o tocou superficialmente, mas era capaz de causar muitos danos na barriga. Jogado dentro do lago... Aos poucos afundava, enquanto o sangue não parava de juntar-se com a água negra, fazendo com que o brilho da lua ressaltasse ainda mais o fulgor escarlate dentro d’água.
Tornando-se distorcidas, as imagens de suas lembranças aos poucos eram substituídas pela realidade. Voltou a si, após perceber que não estava sozinho naquele recinto. Percebeu a nova presença e no ímpeto colocou-se de pé, já esquivando do primeiro ataque que levou. Tratava-se de uma fina madeira percorrendo a localidade em velocidade suficiente para perfurá-lo:- Ora, ora. Eu esperava isso de você. O homem que derrotou os gigantes.
A larga silhueta retirava-se da penumbra, revelando um rapaz alto e musculoso. Pelas vestes poderia imaginar o assunto. Mais um para desafiar-lhe, mais um desses caras chatos:- Andei por todo o Japão a sua procura, não vai escapar de mim... Garoto.
Mal terminara de falar e partia para cima do mais novo. Vibrava um energético ataque. Rumava retilineamente, flexionando o braço esquerdo e golpeando Keiichi. Célere, pôs-se a lançar-se lado oposto, executando a evasiva e seu assalto. Agarrou o punho do lutador e o puxou com força, jogando-o no chão rapidamente e subindo em suas costas. Imobilizara-o em menos de dois segundos, causando certa dor no seu ombro, devido à torção que efetuara outrora:- Deixe-me lhe ensinar uma coisa, garoto. Não é me derrotando que você vai provar ser mais forte. Irá apenas atrair mais e mais pessoas com os mesmos pensamentos que os seus, trazendo a tona uma guerra sem fim, por um poder inexistente. Eu poderia matá-lo aqui e agora, seria fácil demais. Quero dizer, matar é uma coisa fácil demais, qualquer um pode fazer basta ter um estopim. Difícil mesmo é poupar uma vida... Agora, use seu poder para ajudar e proteger quem não tem, quem necessite. Não gaste seu tempo tornando-se um fraco iludido, rapaz.
Retomou a posição ereta, entregando passos ao chão, afastando-se da região. O homem ficou lá, refletindo sobre seu aprendizado. Já Keiichi não era mais visto lá.
Doce alvorada. Os eméritos raios da aurora alumbravam a gigantesca imensidão azulada. O insigne céu inspirava o coral egrégio dos pássaros naquela manhã. Retiravam-se de seus recantos, acrescentando o seu portento. As aves cantarolavam nos galhos das árvores, ao que o zéfiro soprava rumo norte. Infelizmente não seria possível a ele, aproveitar tal natureza. As pálpebras seladas e a calmaria que se encontrava, denotavam um cochilo que tirava sob uma árvore bem longe dali. Lentamente abriria os olhos; tendo a visão um tanto embaçada por alguns segundos. Espreguiçou-se tranquilamente e de pé ficou. Pernas totalmente esticadas e postura reta, o moreno estava preparado para algo que não se lembrava. Perdida em sua mente, uma recordação estava ali e ao mesmo tempo, não estava, confundindo sua cabeça:- Agora sim me lembro...
Pensou quando sentiu as energias distantes. A pé levaria um tempo para chegar e a ânsia estava invadindo seus sentimentos naquele instante, fazendo com que os átomos presentes no seu corpo fossem desintegrados. Subitamente os que estavam presentes vislumbrariam pequenas fagulhas cromáticas rotacionarem no chão, alcançando certa altura. A primeira coisa a ser percebida era a silhueta, logo então a massa fora criada. Aquelas fagulhas objetivavam transportar o corpo do moleque para a região do embate. Fez-se por completo, as minúsculas partículas coloridas se esvaíram, deixando apenas o corpo de um jovem. Na posição de lótus, seu corpo estaria a se afastar poucos centímetros do chão. Localizava-se um tanto afastado de Sephiroth, mas exatamente ao lado destro do mesmo. Trajava botas negras e faixas envolviam suas pernas até o joelho, uma bermuda negra seria vista fazendo conjunto a uma camisa azul escuro. Um manto negro e surrado sobreposto a camisa bloqueava a visão de sua face e parte de seu tronco, tanto quanto os braços, permitiam-lhes avistarem apenas os antebraços. O destro se fazia completamente coberto por uma atadura branca, deixando livres as pontas dos dedos, apenas. Olhos fechados, cabelos negros cobrindo-os, mas seus inimigos e aliados fitariam apenas uma sombra em seu corpo, enquanto este flutuava, meditando:- Hoje quebrarei minha convicção. Hoje me tornarei fraco. -Sussurrou.
O player Koan não poderá postar seu prólogo nesses dias, devido a um acidente com seu off. Em razão da ausência do juiz, tomei a decisão de prosseguirmos nosso embate. Deixando esse aviso para todos ficarem cientes. Ao retorno de Koan, nesse mesmo espaço, será usado para ele postar seu prólogo. Prevendo que ele retorne até a próxima rodada. A ausência de Koan não afetara nas atividades até então. Após esse aviso, o próximo player poderá postar. Espero a compressão de todos, agradeço desde já.
Nostálgico tal cena... Uma mesa de alumínio, incontáveis braços mecânicos, manchas de óleo, circuitos à mostra, corrente de eletricidade a correr por estes e um ser, que resguardava estes elementos acima da mesma mesa. Os olhos jaziam em pleno repouso, cerrados como a eternidade. A face deslocada, não denotava queixo e nem boca. Apenas, um exoesqueleto enegrecido como a noite, fios e circuitos amostra. A experiência já durava horas. Algo de extrema delicadeza, de extremo cuidado. A busca pelo equilíbrio; Poder e Sabedoria.
K.O.A.N não sabia quanto tempo havia se passado desde então. Sua visão era como se estivesse dentro de um quarto escuro; nada. Mas o primeiro sinal de vida era dado. O corpo daquele levemente se arqueou ao sentir a energia de seu núcleo interno ser ativada, ligando-o totalmente. Estava online novamente.
A visão era um pouco distorcida. Sentia diferenças em seu sistema sensorial. Algo de extrema potência residia neste agora. Sua voz se direcionou acima;
- E.V.E., relatório da cirurgia de Attachment do Cristal... – Entonou a voz robótica à seu sistema operacional, sendo que a voz feminina e artificial respondia –
- Experiência com 100% de aproveitamento. Núcleo e energon redirecionado, simbologia feita. A energia está com toda a possibilidade de utilização.
- Perfeito...
Assim, ele pode se levantar. Sentava-se sobre aquela mesa, enquanto encarava sua destra, satisfeito.
- Sim. Perfeito. Eu não preciso mais deste corpo... Mas a minha promessa não será quebrada...
Então, os dedos finos e compridos do andróide eram passados sobre a testa do mesmo, sentindo um relevo que havia acima desta. Completo.Um fulgor negro descia dentre as nuvens. Ao atingir o solo, dois metros logo atrás de Seven, este brilho de temperatura escaldante tomava a silhueta qual seu irmão Keiichi e Samael reconheceriam. As vestimentas do andróide eram um e simples sobretudo enegrecido, qual recaía dos ombros até a altura de suas canelas. Por baixo, um traje especial, qual aparentava a mesa cor. O rosto estava oculta por uma máscara nunca vista antes. Cobria desde o pescoço até a sua testa, onde deixava apenas os cabelos morenos esvoaçarem ao vento da região. A voz permanecia oculta, pois já sabia o que estava por vir.
END
{Offtopic: Agradeço por esperarem o off se recuperar. Agora sem interrupções, vamos lá.
O embate vem a ganhar vida. Seus concorrentes já haveriam dado o primeiro passo. O punho destro se fecha contra o braço do trono, as unhas eram projetadas de forma que arranhasse a superfície metálica. A alma cainita esperava ansiosa para sua chegada. Samael o negro, traçava seus alvos e de acordo com a situação proposta geraria milhares de possibilidades de revide. O hábil jogador emulava várias situações em sua cabeça, construindo teorias de acordo com a situação em que estava e a de seu oponente. O imprevisível poderia ser previsível. Antes mesmo de Dante parar o tempo, o caído serafim já havia instalado um dispositivo em campo, que impossibilitaria tentativas deste tipo. O dispositivo até então permanecia em inércia, até ser ativado pela anormalidade temporal. Aquele olho no alto do trono, Cronus Effectum, que expeliria um brilho escarlate ao ser ativado por Dante. Sendo ativado na paralisia temporal. Era um dispositivo dormente que entrava em atividade quando a linha temporal era violada. Cronus era o titã grego, conhecido como senhor do tempo, cuja habilidade é manipular as areias do tempo. Controle das linhas que derivam o destino. O relógio que compunha a íris, de forma frenética girou seus ponteiros. O carmesim brilho se propaga a dez metros, chegando a tocar os quatro aliados. Sob aquela luz, o efeito temporal era fragmentado e o tempo retornaria a sua fluidez corriqueira. Se Dante fosse capaz de realizar o ato contra Sephiroth, teria de fazê-lo ao tempo mundano.
No mesmo instante que tudo aquilo acontecia, seis correntes se esgueiram pelo campo, tracejando diferentes direções. Foi então que Samael levantou sua destra e uma faísca elétrica nasceu, e logo lhe cobriu o punho, sendo direcionada para as correntes. A corrente elétrica se propaga rapidamente pelo metal, obrigando as moléculas minerais entrarem ação, deixando as correntes tão rápidas quanto à eletricidade que as guiava. Ligeiramente elas segmentam até seus alvos. Os cinco adversários, pretendendo enrolar-se em torno aos seus corpos. O metal conduzia 2000 volts, pretendendo danificar suas moléculas com tamanho poderio. Enquanto aqueles corpos fossem incinerados, Samael levava a destra a desembainhar a adaga, presa em sua cintura. Pronunciou de forma inaudível aos que se encontravam a mais de dois metros do mesmo... ”- Propagare Existentiae”
E um brilho dourado ela expandiu. Samael energiza a lâmina com a mesma corrente elétrica, que usara outrora. Segura com força e arremessa em direção ao céu. A força gerada pela eletricidade a fez perder de vista, desaparecendo em meio às nuvens por alguns segundos. De repente vários zumbidos são audíveis das nuvens. E em segundos milhares de adagas idênticas rasgam o céu e se propagam pelo campo inteiro. Tão rápidas estas entram em contato com quase todo ambiente, pretendendo furar qualquer um que entrasse em seu caminho. Samael levantou a destra para o alto e uma destas transpassou sua mão, perfurando-o. A ferida fez brotar gotas de sangue escuro, maculando o pingente de cor rubra que se encontrava em seu pulso. Foi quando o pingente começou a vibrar e a gota negra em seu interior se moldou na forma de um tridente. O regente se abaixa e arrebenta o cristal contra a sexta corrente. A mesma que havia mandado para o campo. O metal cinza transmuta a coloração, se tornando escarlate. E sem delongas no campo havia sido tomado por um pentagrama de correntes. No meio do pentagrama o brilho carmesim se difunde ao ar, o chão começa a tremer. E pequenas gotículas rubras vãos brotando entre os grãos de terra até formar um lago de sangue, que maculava os pés de todos até a altura dos tornozelos.
Esclarecimentos
Oculus Cronus-Olho de Cronos, objeto com habilidades ligadas ao tempo, dentre estas ele impossibilita a paralisia temporal de forma eficaz. Entrando em atividade quando a fluidez temporal é violada.
Propagare Existentiae-Habilidade possibilita a multiplicação de objetos e seres de forma temporal. Ao passar três minutos o objeto volta ao seu amo. As demais cópias desaparecem.
Explicação final: Samael mandou as correntes eletrificadas atacarem seus adversários, cinco destas se enrolam em torno aos seus corpos, prendendo seus membros sem que eles possam se mover. Contudo levariam 2000 volts no imediato contato com o metal. E a sexta corrente mandada se esgueira pelo campo e se transforma num pentagrama gigante e no final Samael quebra o cristal e muda a cor da corrente e um liquido rubro e viscoso é trazido em campo, sendo delimitado nos limites do pentagrama. Como deixei claro ficou até os tornozelos dos presentes.
Manifestá-lo-ia algum ato perante os outros? Não. Perduraria por um bom tempo na inércia, permanecendo na abrupta concentração da qual imergira. O ato de pensar se fazia presente a todo instante, ornando a vasta dimensão imaginária com suas linhas de raciocínio. Possibilidades, incapacidades. O que surgiria nas ações conseguintes às suas? Não responderia naquele momento, afinal, o prefácio estava findando-se. Essências. Tais auras eram emanadas dos aliados tanto quanto dos inimigos e dividindo-as, conseguia organizá-las de modo a não confundir-se em momento algum. Seria importuno a ele, perder-se na diversidade de poderes na arena. De fácil utilização, o sentido sensorial analisaria essas energias e reconheceria rapidamente quando necessário.
Desferidas por Sephiroth, as ações primárias dadas por ele o colocava a fronte dos outros, tomando postura na primeira investida. Porém, nenhum ataque veio à tona, pelo contrário, parecia tomar posição defensiva, concentrando energia em si. Tal procedimento o fez deduzir que, o mesmo influenciaria seus inimigos a atacá-lo de certo. Sutilmente as linhas temporais iriam sendo alteradas. Habilmente percebera o tempo ficando mais lento como conseqüência disto, o processo de prevenção fora inicializado. Um dos companheiros poderia estar em sérios problemas, se não fosse a astucia de seu pai. Não necessitaria abrir os olhos para sentir o fulgor rubro adentrar o campo. As areias do tempo estavam retomando a sua normalidade, quando a sombra existente na frente do jovem começou a vibrar. Separando-se em três partes, as brumas formadas pairavam no ar. O primeiro pedaço solto percorria o caminho de Keiichi até Sephiroth, o segundo transportou-se até o trono de Samael, envolvendo o olho no topo deste, entregando ainda mais força a técnica temporal do mesmo, obtendo efetividade instantaneamente. A velocidade daquela sombra era insuperável e, no instante em que Dante tocaria o corpo do albino, aquele negrume envolveu o corpo do rapaz. Tramava uma esplêndida defesa, onde moldou uma armadura multidimensional, atirando o objeto do inimigo para uma das dimensões regidas pelo universo. Cobrindo todo o corpo de Sephiroth, a armadura o protegeria de tudo, tornando inaptas quaisquer chances de investidas contra ele. Vetado a quietar-se, prestaria atenção nas ocorrências seguidas às suas. A estrela da manhã agiu, formulando ataques potentes contra seus inimigos. Seus lábios tracejavam um sorriso no rosto, ao sentir a energia do pai sendo emanada na localidade. Outrora sério, agora, deixava o semblante um pouco mais amigável. Usufruindo das gesticulações dadas pelo Rei do Inferno, o garoto oscilou a sombra ao seu lado. Velozmente a mesma ganharia massa e certa altura, formando uma estátua dourada. Na posição de lótus, o monumento contém cinco braços, onde cinco recipientes são segurados pelas pontas dos dedos destes.
"Meramente ilustrativa"
Certamente os oponentes seriam capazes de efetuarem a evasiva. Visando esta possibilidade, prestou atenção no ser diminuindo sua aura. Pobre homem, realmente pensava que poderia esconder-se. Mesmo estando submetido às oscilações nas essências dos companheiros e adversários, Keiichi conseguiria facilmente detectar todos os movimentos dados por qualquer um. Atentou-se nas ações desferidas por Vergil. Era veloz até, mas mesmo assim, a velocidade que Vergil tinha não chegaria nem perto de superar onisciência de Zaky. Sendo que, uma vez presente na localidade, ele poderia ter o conhecimento sobre todos os acontecimentos na devida região. Pois o vento e as demais forças da natureza auxiliariam nisto. Ele pegara algum objeto e lançara-o contra o próprio parceiro. Um de seus erros fora utilizar uma técnica facilmente detectável. A infusão da morte seria identificada muito antes de ser jogada. E por ser detectada, Vergil adentrou num caminho sem volta. No instante em que a arma branca aproximava-se de Evil, um dos recipientes segurados pela estátua cintilou em roxo. Subitamente o poder que envolvia a adaga fora sugado para dentro daquele pote. O cântaro tem como função sugar todo tipo de energia captada pelo usuário da técnica, ou seja, pela pessoa que criou a estátua. Em todo o caso, não serve apenas para isso. O receptáculo não vai apenas tomar a energia, mas vai também sugar a essência de quem a usou ou do que a criou. Pode ser um objeto, ou qualquer outra coisa que sirva como estopim, esta será selada dentro do pote. Tendo em vista que o poder da morte só fará efeito com seres vivos, o objeto ficará ileso. Após a sucção, surgirá um selo rubro no centro daquele jarro, impedindo o uso de força exterior para atingi-lo. Todas as formas de controle sobre a força estarão canceladas, o selamento eterno foi imposto. Nesta hora as partículas do objeto cortante já estavam por desintegrar-se, movendo-se a uma incrível velocidade para dentro do corpo do garoto. Sua mente não deixaria esquecer-se desse mero detalhe.
"Meramente ilustrativa"
Eis que o horrífico rugido difundiu-se por toda a localidade, trazendo consigo o céu áureo. O vento fora potencializado e os grãos tremulavam junto à grama. Cortando as nuvens cinza, a cálida fulgência decaia ao mancebo envolvendo-o num poderio fenomenal. Suas competências foram aumentadas drasticamente, invadindo variadas dimensões pelo universo. Fora questão de milésimos até aquele brilho cintilar ainda mais forte, dizimando as partículas da adaga antes mesmo que fossem transportadas ao estomago do moreno. Tratando-se de uma essência desconhecida vinda de dentro para fora, como de fora para dentro, impossibilitaria a materialização dos átomos da adaga dentro do organismo de Zaky, tutelando-o de forma efetiva daquele ataque.
Portando postura ofensiva, Keiichi agora teria a chance de contra-atacar. Tendo em base as ações anteriores, o mesmo teria certa vantagem contra um dos seres ali presentes. Efêmeros instantes foram necessários para que sutis alterações no campo fossem vistas. Quando o brilho dourado dissipasse no ar, todos iriam visualizar o chão aberto. De lá um caixão negro subia. No interior deste, apenas a cabeça de um corpo ficava visível, sendo que as feições destas eram idênticas à de Vergil. Não somente as feições como toda a aparência familiarizavam-se com a dele. O jarro que continha o poder e metade de sua alma interligavam-se com aquele corpo e conseqüentemente, com o verdadeiro. Sendo que ambos partilhariam das mesmas sensações e consciência, diferenciando-se apenas a submissão que o clone tinha pelo usuário da técnica. O mesmo selo existente no cântaro também residia à frente do caixão, incapacitando qualquer força exterior de atingi-lo. Contudo, o caixão retornara para debaixo da terra, sendo escondido após o sangue ficar na localidade. Agora ficaria a dúvida, estaria mesmo ele debaixo da terra? Bom, seriam perguntas não feitas para si. Outra coisa interessante de se notar eram os olhos criados por cima do sangue. De aparência ímpar, linhas negras percorriam a esclerótica envolvendo a íris avermelhada. Lá dentro, envolto à pupila, estas mesmas linhas formavam uma circunferência, dando a impressão de que estavam rotacionando devagar. Fumaças negras ergueram ao céu, tomando conta das nuvens e moldando faces horrendas. Bocas abertas e olhos negros. Duas faces eram colocadas no firmamento, lançando várias espadas de cada boca. Intencionava acertar e perfurar todos os inimigos.
"Meramente Ilustrativa"
~ Vergil Sparda ϟ escreveu:
Já era carai, perdemos playboy! -QQQQ
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